Chegou a Primavera e acabou-se a hibernação. Logo em 2004 começaram a circular rumores de pouca transparência no processo da compra de dois submarinos.
Causava uma grande perplexidade o facto de um consórcio alemão vender os submarinos por 769 milhões de euros (novinhos em folha) e dar contrapartidas de 1200 milhões. Fazia lembrar os incríveis negócios dos ciganos: "Leva esta t-shirt e mais aquela e dou-lhe esta mala de brinde." Não podia haver melhor negócio.
Comprar duas unidades por menos de 800 milhões e levar um brinde quase duas vezes superior ao valor da transacção é coisa valente. Paulo Portas, ministro da Defesa que fechou o negócio, ufanava-se com o feito. Mas há sempre uns sobreiros que se atravessam nas estradas de quem corre muito depressa. Na sequência do Caso Portucale (sobreiros) e das escutas telefónicas subsequentes, aparecem os submarinos e adensam-se suspeitas de corrupção. A custo, foi possível travar os prejuízos políticos e o processo hibernou. Seis anos depois, aí está a insuspeita revista alemã ‘Der Spiegel’ a trazer à luz do dia o escândalo.
Três alemães e sete portugueses são acusados de falsificação de documentos, burla qualificada e corrupção, havendo uma lista de suspeitos portugueses mais extensa, entre os quais quatro membros do governo de Durão Barroso e Portas. O negócio já deu origem a três processos, um deles já tem acusação formada, e uma Comissão de Inquérito no Parlamento alemão. Os alemães não fazem campanhas ad hominem contra ninguém. Em Portugal abrem-se Comissões de Ética e de Inquérito por causa da compra de 30% de capital da TVI pela PT e desencadeia-se uma feroz perseguição ao Primeiro-Ministro.
Pois bem, num processo em que há grandes desconfianças de corrupção, com rios de dinheiro a passarem por muitas mãos e off--shores, e com a empresa vendedora dos submarinos, Ferrostoaal, a interpor recursos para impedir as autoridades portuguesas de aceder aos documentos apreendidos na sua sede, ainda não há Comissão de Inquérito, nem investigação que se veja (não foram ouvidos nem Portas nem Barroso). Dois pesos, duas medidas? Espero que não. Ninguém deve ser atirado ao fogo nos jornais como fizeram com Sócrates, mas é preciso agir, apurar a verdade, punir os corruptos.
Causava uma grande perplexidade o facto de um consórcio alemão vender os submarinos por 769 milhões de euros (novinhos em folha) e dar contrapartidas de 1200 milhões. Fazia lembrar os incríveis negócios dos ciganos: "Leva esta t-shirt e mais aquela e dou-lhe esta mala de brinde." Não podia haver melhor negócio.
Comprar duas unidades por menos de 800 milhões e levar um brinde quase duas vezes superior ao valor da transacção é coisa valente. Paulo Portas, ministro da Defesa que fechou o negócio, ufanava-se com o feito. Mas há sempre uns sobreiros que se atravessam nas estradas de quem corre muito depressa. Na sequência do Caso Portucale (sobreiros) e das escutas telefónicas subsequentes, aparecem os submarinos e adensam-se suspeitas de corrupção. A custo, foi possível travar os prejuízos políticos e o processo hibernou. Seis anos depois, aí está a insuspeita revista alemã ‘Der Spiegel’ a trazer à luz do dia o escândalo.
Três alemães e sete portugueses são acusados de falsificação de documentos, burla qualificada e corrupção, havendo uma lista de suspeitos portugueses mais extensa, entre os quais quatro membros do governo de Durão Barroso e Portas. O negócio já deu origem a três processos, um deles já tem acusação formada, e uma Comissão de Inquérito no Parlamento alemão. Os alemães não fazem campanhas ad hominem contra ninguém. Em Portugal abrem-se Comissões de Ética e de Inquérito por causa da compra de 30% de capital da TVI pela PT e desencadeia-se uma feroz perseguição ao Primeiro-Ministro.
Pois bem, num processo em que há grandes desconfianças de corrupção, com rios de dinheiro a passarem por muitas mãos e off--shores, e com a empresa vendedora dos submarinos, Ferrostoaal, a interpor recursos para impedir as autoridades portuguesas de aceder aos documentos apreendidos na sua sede, ainda não há Comissão de Inquérito, nem investigação que se veja (não foram ouvidos nem Portas nem Barroso). Dois pesos, duas medidas? Espero que não. Ninguém deve ser atirado ao fogo nos jornais como fizeram com Sócrates, mas é preciso agir, apurar a verdade, punir os corruptos.
Não esquecer o caso das Pandur, viaturas blindadas de pessoal destinadas a substituir as Chaimites, estanques de acordo com o caderno de encargos - guerra química e bacteriológica -, e que nas provas de estanquecidade metem água, olá se metem, tanta e de tal forma que o próprio fabricante sugere a colocação de três bombas de extracção de água, é de um gajo se rebolar a rir, pá, melhor mesmo só a guerra do solnado. Ah! E nós todos a pagarmos, claro!
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