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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vizela e Gondomar desclassificados por corrupção

«A Liga Portuguesa de Futebol Profissional decretou a desclassificação de Gondomar e Vizela, da Liga de Honra, por “corrupção consumada” em jogos da época 2003/04. Boavista poderá, assim, não cair para a II Divisão.
Ricardo Costa, presidente da Comissão Disciplinar (CD) da Liga, anunciou hoje a desclassificação de Vizela e Gondomar do campeonato da Liga de Honra da época 2008/09, no âmbito de um processo do caso Apito Dourado. Os dois clubes ficam com zero pontos na classificação após terem sido considerados culpados do crime de corrupção consumada. Com esta decisão, com base no regulamento da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o Boavista deverá manter-se na mesma divisão. Gondomar e Vizela têm agora três dias úteis para recorrer para o Conselho de Justiça (CJ) da FPF.O caso arrastava-se desde Junho do ano passado e os factos remontam à época de 2003/04, quando os ex-dirigentes do Gondomar Castro Neves e José Luís Oliveira e Benjamim Castro, ex-vice-presidente do Vizela, foram alvo de processos-crime por factos registados em 22 jogos (Gondomar) e um jogo (Vizela).Depois de explicar a morosidade na avaliação do processo – falhas processuais -, após o CJ da FPF ter decidido em Junho do ano passado que a decisão final do processo competia à CD da Liga, Ricardo Costa avançou com os pormenores dos processos disciplinares números 15 (Gondomar) e 16 (Vizela).No caso do Gondomar, um “processo complexo” por envolver “muitos jogos e personalidades”, ficou “provada” a existência de “um sistema clandestino paralelo de nomeações dos árbitros para os jogos do clube”. Segundo Ricardo Costa, os contactos entre árbitros e dirigentes “eram feitos antes e após os jogos, com ofertas de objectos em ouro e a promessa de boa nota ou mesmo a garantia de que não desceriam de divisão”. “No processo aparece uma 'shortlist’ enviada por José Luís Oliveira com os árbitros escolhidos.”O presidente da CD da Liga acrescentou que “a prova permite concluir que árbitros em determinados jogos violaram consciente e deliberadamente a aplicação das leis do jogo e com isso beneficiaram o Gondomar”. Em consequência disso, o clube gondomarense viu ser provada corrupção activa em seis dos 22 jogos que estiveram em análise. Dois casos foram arquivados e, em 14, foi provada corrupção na forma tentada. José Luís Oliveira foi suspenso por nove anos e multado em 78 mil euros, enquanto Joaquim Castro Neves foi penalizado com uma suspensão de seis anos e uma multa de 43.750 euros.O caso do Vizela era “mais simples” por envolver apenas um jogo. A partida em causa disputou-se a 16 de Novembro de 2003 em Fafe e, nas escutas telefónicas que fazem parte do processo, Benjamim Castro (suspenso por dois anos e meio e castigado com 10 mil euros) pergunta ao árbitro Pedro Sanhudo se podia “estar à vontade para domingo”, tendo o interlocutor respondido: “Dorme descansado”.Segundo Ricardo Costa, nos contactos telefónicos entre Castro e Sanhudo ficou demonstrada “actuação parcial” e “recompensa clara”. “Conseguimos identificar isso no diálogo entre ambos. [O árbitro] diz, pormenorizadamente, como deixou de marcar uma grande penalidade a favor do Fafe. Ia marcar falta, mas viu que era dentro da área e não marcou”, contou. O dirigente aproveitou ainda para comparar com situações anteriores no processo Apito Dourado. Ricardo Costa recordou que, “na altura, não havia prova nos relatórios processuais em benefício do corruptor”, mas que “agora há provas mais do que suficientes”. Após o recurso dos clubes envolvidos, o CJ da FPF vai apreciar os processos e, no fim, emitirá uma decisão, que, depois de transitar em julgado, será aplicada pela Comissão Executiva da Liga. Apesar de o “recurso ter efeitos suspensivos”, a homologação do campeonato será “salvaguardada pelas decisões em suspenso”. » Aqui.

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