Quando o lustroso Mercedes preto estacionou em frente ao tribunal, um funcionário correu para a porta do passageiro, curvou - se profundamente, e então a abriu, com cerimônia. Um pé, calçado num sapato acinzentado, apareceu, seguido pelo resto do homem, Frederick Chiluba.
Por uma década, ele foi presidente de Zâmbia. Hoje, mais de sete anos depois que deixou o cargo, uma corte está decidindo se ele roubou de seu miserável povo. Um veredicto deve ser anunciado em 20 de julho.
Enquanto ladrões comuns e traficantes de drogas andavam por ali, Chiluba caminhou pelo corredor até sua audiência, apertando mãos, sorrindo magnanimamente, jogando um braço sobre os ombros de outro réu para dar risadinhas sobre alguma piada particular. Em meio a homens com camisas desbotadas e calças velhas, ele vinha impecavelmente vestido num terno cor de carvão, com um lenço de seda vermelho no bolso do paletó e um relógio de ouro e diamantes brilhando em seu pulso.
Porém, assim que se sentou no banco de réus, seu comportamento jovial evaporou. Sob a escassa luz que entrava pelas estreitas janelas daquela recente manhã, Chiluba respondeu melancolicamente quando o magistrado perguntou por que seus advogados não haviam apresentado um resumo por escrito no prazo.
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