Os escândalos que a cada dia são revelados desnudando o Senado como um antro de corrupção, irresponsabilidade, nepotismo e inconsequência trazem à tona a velha questão do pandemônio em que se transformou a administração pública com a instituição da vitaliciedade do emprego público insculpida como princípio constitucional.Veja-se, por exemplo, o depoimento de Alexandre Guimarães, funcionário concursado do Senado que ocupa o cargo de chefia na consultoria legislativa e revela-se envergonhado de trabalhar naquela Casa do Congresso Nacional. Admitido em 2004, ele prestou concurso para três vagas e ficou em 19° lugar. Mas o número de vagas foi ampliado para 40 de tal forma a ser possível a admissão de apaniguado de figuraça da instituição e, assim sendo, foi beneficiado indiretamente. Na situação em que se encontra, revela que encontrando outro emprego, preferirá deixar o do Senado, mas isso dificilmente ocorrerá, pois seria necessário muita renúncia para trocar a sinecura que tem por qualquer outra atividade em que se sinta moralmente confortado. Aliás, esta é a sina do funcionário público que está condenado a tolerar indefinidamente as frustrações e desencantos do serviço público que poderíamos chamar de síndrome de Ivan Ilich.
Debate entre Paulo Rangel e Marinho Pinto
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O homem é um animal político (Aristóteles) e, como tal, não pode viver
senão em sociedade. Por isso mesmo, já se exarou, acertadamente, a máxima a
um tempo...
Há 13 anos
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