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sábado, 26 de dezembro de 2009

No país do futebolês, a vitória da impunidade

A sociedade mudou e, em parte, o país também. Não significa uma alteração do ponto de vista qualitativo, mas sim em velocidade.
A aceleração dos tempos de circulação de informações, notícias, notas e observações fazem com que o calendário, assim como o clima, seja posto em segundo plano.
Estamos na semana do natal e as articulações dos consórcios econômico-eleitorais não cessam. Como sintoma disso, o presidente e o governador do estado mais forte do Brasil debatem política como se fora um jogo de futebol. Vejamos o paradoxo.
No início da madrugada de sábado, aos 19 do corrente mês, o ministro Esteves Lima do Superior Tribunal de Justiça (STJ) encaminha um telegrama para Marli Marques Ferreira, desembargadora e presidenta da 3ª região do Tribunal Regional Federal.
Nesta comunicação oficial, durante o final de semana, o ministro Lima faz o bloqueio provisório das ações – de ordem judicial, e por conseqüência policial e investigativa – relativas à Operação Satiagraha, cujo alvo pessoa-jurídica é o banco de investimentos Opportunity e o alvo físico é o banqueiro Daniel Dantas.
Enquanto a maior parte dos brasileiros dormia ou tinha seu lazer, a Justiça dá um passo à frente naquele que, no meu entendimento, pode ser a maior demonstração de impunidade do país. Mas, o problema de fundo aqui demonstrado é outro.
Diante de tal medida, e no acompanhamento da investigação e caminhos da PF, da comunidade de informações, das contra manobras e defesas midiáticas de Dantas e aliados, quantos brasileiros tiveram as condições cognitivas de compreender o que se passava?
Posso afirmar sem sobra de dúvida. Poucos cidadãos do país conseguem compreender ao ponto de emitir uma opinião contundente a respeito do tráfego de divisas de origens duvidosas ou legais através de paraísos fiscais, leilões de privatização sob suspeita de fraude ou das relações assimétricas entre os agentes econômicos e os operadores da política em escala nacional.
Quase que simultaneamente, ocorre outro debate dos destinos do país. Um diálogo midiatizado entre o presidente da república e o governador de São Paulo, este último, doutor em ciências econômicas pela Universidade de Cornell (EUA).

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