O ano irá acabar sem que o processo Freeport termine, como previa o Ministério Público. Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), admitiu ontem que "há uma derrapagem" na conclusão do inquérito. Motivo: os documentos pedidos às autoridades inglesas, que apesar de intensos contactos tardavam em chegar e ameaçavam bloquear a investigação, começaram a ser enviados. A directora do DCIAP espera que a documentação inglesa chegue "até fim deste ano", sendo depois necessário concluir os relatórios periciais.Fonte ligada à investigação considera ser quase impossível prever prazos, já que "a chegada de documentos poderá exigir novas diligências". Os dados vindos de Inglaterra, relacionados com a contabilidade da empresa, não são propriamente uma novidade para os procuradores: nas deslocações a Londres, viram quase seis mil documentos e seleccionaram os considerados relevantes para o processo em Portugal. Mas só a análise detalhada permitirá detectar eventuais indícios de pagamento de "luvas" e reconstituir os fluxos financeiros.Em declarações aos jornalistas, ontem, à margem de uma conferência organizada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Cândida Almeida sublinhou que uma investigação "não é uma coisa fixa". Uma vez que o Ministério Público depende da colaboração do Serious Fraud Office, a directora do DCIAP salientou não gostar de dizer prazos. O que não impede a estimativa de que os novos elementos não atrasem a conclusão do processo mais de "um mês ou mês e meio" relativamente ao previsto.Uma vez que o inquérito continua em segredo de justiça, Cândida Almeida não referiu pormenores sobre os elementos que estão a ser enviados pelas autoridades inglesas. Mas adiantou faltarem "poucos" documentos. Razão para reafirmar que a investigação "está na recta final". Um discurso que, de resto, já não é uma novidade.
Debate entre Paulo Rangel e Marinho Pinto
-
O homem é um animal político (Aristóteles) e, como tal, não pode viver
senão em sociedade. Por isso mesmo, já se exarou, acertadamente, a máxima a
um tempo...
Há 13 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário