A UNITA já ameaçou somalizar Angola. De igual modo, ameaçou avançar para Luanda a ferro e fogo. Só não logrou esses objectivos macabros porque foi derrotada no campo de batalha. A sua direcção foi salva graças à magnanimidade do MPLA e do governo e, em particular, do presidente José Eduardo dos Santos. Agora, essa mesma direcção diz que a vida piorou em Angola. Apesar de ter tido apenas dez por cento dos votos, em Setembro de 2008, jura que fala em nome do povo. “C’ést la politique”!O mais curioso é que os mesmos que ameaçaram somalizar o país e que, de facto, o puseram a ferro e fogo durante dez anos, mostram-se ofendidos pelas vaias que receberam no parlamento, quando atacaram o governo. “Falta de respeito!” – gritaram. Vários jornais, além de noticiar isso, assumiram as dores da UNITA. Ora, ora, digo eu. Então isso também não é política? Troca de vaias no parlamento é uma manifestação banalíssima, em qualquer parte do mundo. O parlamento não é nenhum convento de freiras, com todo o respeito que as últimas me merecem.A UNITA tem todo o direito de dizer que a vida piorou e de propor ao parlamento uma moção de censura ao governo. Mas os que não concordam com isso também têm o direito de vaiá-la. Em democracia, todos – governo e oposição - precisam de habituar-se quer às críticas quer às vaias.
Debate entre Paulo Rangel e Marinho Pinto
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O homem é um animal político (Aristóteles) e, como tal, não pode viver
senão em sociedade. Por isso mesmo, já se exarou, acertadamente, a máxima a
um tempo...
Há 13 anos
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