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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Clubes noturnos, corrupção e a nova normalidade do Iraque

A vida está voltando às ruas do Iraque à medida que a melhora na segurança significa abertura de teatros e cinemas, restaurantes lotados e uma classe média emergente. Mas a violência continua sendo um elemento da vida diária e a corrupção ameaça se tornar um fator debilitante.
Mohammed al-Rahhal usa costeletas, um terno branco e uma camisa vermelha aberta no peito. No palco de um clube noturno de Bagdá, ele canta, dança e bate suas botas no chão ao som da música. Uma banda toca atrás dele, e quatro mulheres jovens estão quase desmaiando ao seu lado - três delas magras, usando sapatos de salto alto e vestidos longos, e uma mais gordinha, um tanto desajeitada.
O público do Khayyam - nome de um poeta persa - está bebendo cerveja bem gelada, beliscando aperitivos libaneses e se balançando de forma exuberante com a música. Um segurança coleta pequenas armas na entrada. Então, um homem de negócios se levanta, caminha até o palco, tira um bolo de notas de dinheiro do bolso e sussurra algo no ouvido do cantor.
"Longa vida à juventude de Adhamiyah!", grita Rahhal no microfone. Adhamiyah é um dos distritos sunitas de Bagdá que, até dois anos atrás, estava sob controle total da Al Qaeda.
"Longa vida à juventude de Madinat Al-Sadr!", diz ele, referindo-se a uma favela xiita no leste que foi cenário de ataques suicidas devastadores. O público aplaude. O homem de negócios joga pilhas de notas de mil dinares e de um dólar no ar. O dinheiro é espalhado pelos ventiladores de teto, e cai no chão lentamente, como confete.
"Isso é o Iraque!", grita um homem de origem turca de Kirkuk em meio ao burburinho. "Esse país nunca se tornará uma teocracia!" A euforia aumenta e se transforma em um alegre pandemônio. Jovens - curdos e árabes, sunitas, cristãos e xiitas - pulam e dançam em frente ao palco.
O primeiro clube noturno de Bagdá começou a receber clientes há um ano - o primeiro a abrir desde os anos 90, quando Saddam Hussein de repente assumiu uma postura religiosa depois da derrota na primeira Guerra do Golfo, no Kuait, e proibiu a venda de álcool. E a lei seca foi suspensa por nada menos do que o primeiro-ministro conservador do Iraque, Nouri al-Maliki.

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