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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Acusado de comandar um vasto esquema de desvio de verbas públicas, José Sarney corre o risco de ter o mandato cassado.

Acusado de comandar um vasto esquema de desvio de verbas públicas, José Sarney corre o risco de ter o mandato cassado. Esse é o tom do noticiário em novembro de 1988, quando Sarney, então na Presidência da República, se tornou alvo da CPI da Corrupção.Após 11 meses de investigações no Senado, a CPI requeria o impeachment do primeiro presidente civil após duas décadas de regime militar. O relatório final da comissão, com 24 mil páginas e mais de 12 mil documentos anexados, é um dos mais contundentes compêndios de falcatruas e malfeitorias já produzidos pelo Congresso. Sarney fora acusado de nove crimes. Somente as denúncias de corrupção na Superintendência Nacional da Marinha Mercante alcançavam a cifra de US$ 550 milhões. Além de pedir o afastamento do presidente da República, a peça acusatória sugeria o indiciamento de 14 prefeitos, quatro ministros e ex-ministros, quatro empreiteiros e cinco representantes de escritórios de intermediação de verbas em Brasília.A origem dos escândalos se concentrou na Secretaria de Planejamento, órgão responsável por liberar recursos para municípios. As denúncias, porém, se multiplicaram. Houve investigações no Banco do Brasil, no pagamento de títulos da dívida agrária e sobre alterações supostamente ilegais no orçamento da União. Os principais ministros do governo estiveram entre os 56 depoentes da comissão: Maílson da Nóbrega (Fazenda), José Reinaldo Tavares (Transportes), Jader Barbalho (Reforma Agrária), João Batista de Abreu e Aníbal Teixeira (Planejamento). Um dos principais personagens da CPI foi Jorge Murad, genro do presidente e que há época desfrutava de uma sala no 4º andar do Palácio do Planalto, com acesso franqueado ao gabinete de Sarney.

Ministro da CGU critica impunidade e pede rapidez em processo

O ministro Jorge Hage, da Controladoria-Geral da união (CGU), disse que o principal fator para que servidores públicos e empresários arrisquem cargos e status ao driblar a lei em benefício próprio é a crença de que os envolvidos em atos de corrupção ficarão impunes, mesmo quando descobertos.

Hage defendeu que as leis processuais brasileiras sejam modificadas, como forma de impedir que os acusados tirem proveito de seu poder econômico para prorrogar indefinidamente um processo, o que, segundo ele, contribui para aumentar a sensação de impunidade.

"Do ponto de vista administrativo, a pena máxima que a administração pública pode aplicar é a expulsão do servidor. Outras penas só podem ser aplicadas pelo Poder Judiciário, mas aí há uma quantidade absurda de recursos e de formas para protelar", afirmou o ministro.

Corruptos são demitidos - 2.179 agentes foram expulsos do governo desde 2003, o recorde ocorreu este mês, com 43 demissões

A Controladoria Geral da União (CGU) recomendou nos últimos seis anos a expulsão do serviço público de 2.179 servidores que foram flagrados em atos de corrupção. Ainda de acordo com os números do órgão, 32 servidores federais de Santa Catarina foram expulsos de suas funções do início de 2007 até junho passado.Nesse período, o total de servidores expulsos nos 27 estados e no Distrito Federal chegou a 994, entre os quais estão os 32 catarinenses. A CGU não tem maiores detalhes quanto às motivações que levaram à punição, e também se os profissionais foram cassados, demitidos ou destituídos de suas funções.Foi também em junho de 2009 que o governo federal registrou seu recorde: determinou o afastamento definitivo de 43 funcionários. Das 2.179 expulsões entre 2003 e 2009, 1.878 foram demissões, 169 destituições de cargo ou função e 132 cassações de aposentadorias. Esses números não incluem as empresas estatais.Segundo a CGU, 70% das irregularidades tratam de improbidade administrativa, incluindo o uso do cargo em proveito pessoal e o recebimento de propina.De janeiro até o final de junho, as penalidades expulsivas somaram 210, sendo 173 demissões, 26 destituições de cargo ou função e 11 cassações de aposentadorias. Esse número, neste primeiro semestre, foi inferior apenas ao do primeiro semestre de 2007, quando chegaram a 246.Para o ministro Jorge Hage (CGU), a punição dessas penalidades, que dependem apenas do Executivo, é a opção mais rápida e eficaz de evitar a impunidade.– Se fôssemos esperar pela aplicação das sanções pela via judicial teríamos de aguardar por anos a fio, pois os processos civis e criminais, no Brasil, nunca terminam – afirmou.

A corrupção não é uma nódoa que manche a biografia de alguns governos e de outros não. Todos os governos são corruptos — uns mais, outros menos, aqui

O exercício do poder, especialmente no âmbito da administração pública, facilita e estimula as falcatruas. No caso, o que diferencia os governos é o comportamento que seus titulares mais graduados adotam em face de denúncias sobre corrupção.
O governo do Presidente José Sarney foi, no mínimo, leniente.em relação às suspeitas, denúncias e aos episódios concretos de corrupção. Operou como um inexpugnável muro de insensatez: as denúncias pipocavam por toda parte, esbarravam nele e ficavam, depois, por isso mesmo.
Por falta de iniciativa, o governo sofreu um pesado desgaste em sua imagem pelo que fez e pelo que não fez, pelo que deixou que fizessem e pelo que impediu.
O Ministro Bresser Pereira [da Fazenda] denunciou que foram fraudados os números da balança comercial do país no final de 1986 — e não aconteceu nada.
O jornalista Jânio de Freitas, do jornal Folha de São Paulo, antecipou os resultados da concorrência fraudada para a construção da ferrovia Norte-Sul — a concorrência foi anulada mas, ninguém foi punido.
Houve importação irregular de alimentos na época do Plano Cruzado — nada se apurou depois.
Elmo Camões só pediu demissão da presidência do Banco Central quando se tornou público o escândalo da distribuidora de títulos comandada por um filho dele que tinha acesso a informações privilegiadas e que acabou sob intervenção.
Descobriu-se, então, que o próprio Camões continuava sócio da distribuidora.
Na ocasião, Sarney aconselhou-o a ajudar, primeiro, o filho para só depois se preocupar em ficar ou sair do Banco Central.
Fora os casos de corrupção, o governo institucionalizou a esperteza como método de administração e patrocinou memoráveis trapalhadas.


Artigo

terça-feira, 28 de julho de 2009

Dois árbitros poloneses são detidos por suspeita de corrupção

Dois árbitros poloneses foram detidos hoje em Sukavi, no noroeste do país, por envolvimento no grande esquema de corrupção que assola o futebol local desde 2005.
Os dois suspeitos serão interrogados pela procuradoria de Wroclaw, no sudoeste da nação. Até agora já foram investigadas 200 pessoas, entre árbitros, dirigentes, treinadores e jogadores, todos por suspeitas de corrupção.
A detenção ocorre três dias antes do início do Campeonato Polonês e prejudica ainda mais a credibilidade do futebol do país, que sediará a Eurocopa de 2012 juntamente com a Ucrânia.
A justiça polonesa combate há três anos a corrupção no futebol, e a ideia é acabar com o problema até o início do campeonato europeu de seleções.

Viagem para fugir à estreia de ‘Corrupção’ (COM VÍDEO)

Depois de um pequeno-almoço num hotel de luxo, no Porto, com Tomislav Ivic, Pinto da Costa e Filomena partiram para a tradicional lua-de-mel. Apesar de terem veiculado para a imprensa que não iriam gozar dias de descanso após o enlace, a verdade é que na semana em que estreou o filme ‘Corrupção’ já o casal estava bem longe do País, num conceituado hotel nos arredores de Florença. Um acto que o autor do livro ‘O Segredo de um Casamento’ descreve como totalmente premeditado por Filomena e Pinto da Costa.
'O casamento estava marcado para 15 dias antes e foi mudado porque houve a confirmação da estreia do filme. Nessa altura, Pinto da Costa e Filomena estavam de lua--de-mel tranquilos e os media não tinham acesso a eles, por isso não tinham de dar desculpas nem comentar nada. Quando regressaram, já a euforia à volta do filme tinha passado. Esse era o grande objectivo', admite o ex-assessor do casal, Rui Simões, que no livro conta algumas peripécias hilariantes da lua-de-mel.
Instalados num dos melhores hotéis de Itália, e com uma limusina sempre à disposição, era de esperar que tanto requinte satisfizesse o casal. Mas, em pleno restaurante do hotel, o pior acabou por acontecer. Sentada à mesa com o marido, Filomena achou que devia ignorar as normas do restaurante – que proibia o uso de telemóvel à refeição – e atender uma chamada, em tom de voz bem audível. O telefonema terá sido interrompido por um dos funcionários do hotel, que, ao chamar Filomena à atenção, levou um valente raspanete da mulher de Pinto da Costa. No fundo, 'a senhora da cultura não gostou de ser repreendida nem do tratamento igualitário que teve no hotel', pode ler-se em ‘O Segredo de um Casamento’.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Filho de Presidente chinês associado a um caso de corrupção na Namíbia

Os media chineses têm permanecido esta semana silenciosos sobre um caso de possível corrupção na Namíbia que implica a sociedade pública chinesa de alta tecnologia Nuctech, a que está ligado o filho do Presidente Hu Jintao.As pesquisas internet feitas pela AFP com as palavras chave referentes ao assunto nada dão, indicando erro, enquanto os jornais e os meios audiovisuais da China nada dizem sobre o caso.Acontece que as autoridades do antigo Sudoeste Africano detiveram dois namibianos, Teckla Lameck e Jerobeam Mokaxwa, e um chinês, Yang Fan, num caso de suposta fraude implicando a Nuchtech, que teve a sua origem na Universidade Tshingua, de Pequim, e de que Hu Haifeng, de 38 anos, filho do Chefe de Estado, era até ao ano passado o presidente.Hu Haifeng, que não foi pessoalmente colocado em causa, foi depois promovido a secretário do Partido Comunista na Tshingua Holdings, que controla uma holding a que pertence a Nuctech, especialista em sistemas de detecção nos aeroportos. Mas o Governo de Windhoek deseja a sua "cooperação e assistência", segundo disse Paulus Noa, director da comissão anticorrupção.

Artigo




Corrupção em Nova Jérsia provoca 44 detenções

"A corrupção era um modo de vida para estas pessoas, que viviam num meio desprovido de qualquer ética", explicou o procurador Ralph J. Marra Jr., referindo-se aos 44 acusados em Nova Jérsia num caso considerado como dos mais "escandalosos" de sempre mesmo num estado onde, só desde 2001, mais de 130 detentores de cargos públicos foram acusados ou condenados em casos de corrupção (ver caixa).
"Todos estavam ávidos de dinheiro (...), ninguém estava imune", sublinhou Marra, que falava em Newark na madrugada de sexta-feira (hora de Lisboa), após um dia de acção policial de que resultou a detenção de três presidentes de câmara e uma vice-presidente, dois deputados estaduais, cinco líderes religiosos judeus e um indivíduo envolvido no tráfico de órgãos humanos, entre outros suspeitos. Alguns foram libertados depois, mas todos estão acusados de crimes susceptíveis de penas de prisão entre os dez e os 20 anos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

E ainda dizem que se procura a verdade material no processo crime...

Corrupção na tropa em risco por causa de buraco na lei
Militares acusados de livrar mancebos da tropa podem beneficiar de alterações à legislação.
Um processo envolvendo uma rede suspeita de livrar, de forma fraudulenta, centenas de mancebos da tropa, no Porto, pode estar em risco, por força de uma alteração legislativa que terá acabado com os crimes de corrupção no âmbito militar.
O caso está relacionado com um esquema que funcionou entre 2001 e 2003 no Hospital Militar e no Centro de Recrutamento e Selecção do Porto. Um total de 65 arguidos - entre os quais 12 militares e médicos - estão acusados pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público (MP) do Porto por dezenas de crimes de corrupção e falsificação de documentos.
Desta forma, segundo o MP, os líderes da rede chegaram a amealhar, cada um, cerca de 500 euros por semana. As autoridades arrestaram as contas bancárias de todos os envolvidos que, no momento da apreensão, totalizavam cerca de 220 mil euros.
O estratagema foi detectado numa investigação da PJ do Porto, através de escutas telefónicas e buscas domiciliárias e nos locais de trabalho dos suspeitos. Tudo começava com a angariação de interessados - havia inclusive um padre que representava o grupo em Ponte de Lima -, continuava com o pagamento de subornos entre 1250 e 4500 euros e terminava com um "teatro" nos exames médicos ou uma falsificação de análises clínicas.
A acusação do MP já foi proferida há mais de três anos, mas só a 11 de Setembro se saberá se haverá julgamento, uma vez que o processo esteve parado no Tribunal de Instrução Criminal do Porto e só na passada sexta-feira foi realizado o debate instrutório.
Uma das questões a decidir pelo juiz de instrução criminal, Paulo Nunes, é a dúvida, levantada pelos defensores dos arguidos, sobre aquilo que parece ser um "buraco" na lei.
É que os militares podem não estar abrangidos pela incriminação de corrupção do Código Penal, aplicável apenas ao "funcionário civil".
Por outro lado, o Código de Justiça Militar, de 2003, estabelece o "perigo para a segurança do Estado" como pressuposto para a incriminação por crime de corrupção, por militares, argumenta Artur Marques, advogado de um sargento tido como um dos principais mentores do esquema.
Neste contexto, o Ministério Público acusa os militares por corrupção, insistindo que devem ser equiparados a funcionários públicos, para efeitos penais.
Os arguidos alegam, ainda, que as escutas telefónicas são nulas, por terem sido iniciadas mediante informações constantes de uma denúncia anónima. Aqui.

sábado, 18 de julho de 2009

Há realmente vontade de combater a corrupção?

Segundo notícia publicada no Sol online «A eurodeputada Ana Gomes, signatária da petição europeia 'Stop Corruption', afirmou que «nenhuma das conclusões do relatório surpreendeu», porque é funcionária pública, é diplomata e sabe como as coisas funcionam nos organismos do Estado.
«Na prática, nunca tem havido vontade política dos sucessivos governos nas últimas décadas para combater a corrupção», e constatou enquanto embaixadora que as inspecções diplomáticas e as inspecções de finanças, de facto, «não funcionam».
Ana Gomes declarou que as conclusões do relatório «são extremamente positivas por identificarem as áreas com mais falhas», e espera que seja o primeiro passo no combate efectivo à corrupção.
«São precisos mecanismos de vigilância e de controlo», referiu a diplomata, reforçando ser «indispensável, alguns casos, uma punição exemplar», para que todos interiorizem que «não é tolerável termos uma administração pública propícia a abusos».
A notícia está disponível aqui:http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=142094
As conclusões do relatório, efectivamente, não surpreendem ninguém, muito menos quem trabalha na administração pública...Mais do que legislar é necessário instituir meios eficazes de controlo e de garantia do cumprimento da lei. Tal, no entanto, não tem sido feito...Importa perguntar porquê e estabelecer igualmente formas de penalizar quem, devendo controlar e fiscalizar, não o faz.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ana Gomes diz que "nunca existiu vontade política" no combate à corrupção

O combate à corrupção "nunca esteve na agenda dos governos nas últimas décadas, porque nunca existiu vontade política", e as recomendações do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) "são muito animadoras" disse hoje à Lusa Ana Gomes.A euroeputada Ana Gomes, signatária da petição europeia "Stop Corruption", afirmou que "nenhuma das conclusões do relatório surpreendeu", porque é funcionária pública, é diplomata e sabe como as coisas funcionam nos organismos do Estado. "Na prática, nunca tem havido vontade política dos sucessivos governos nas últimas décadas para combater a corrupção", e constatou, enquanto embaixadora, que as inspecções diplomáticas e as inspecções de finanças, de facto, "não funcionam". Ana Gomes declarou que as conclusões do relatório "são extremamente positivas por identificarem as áreas com mais falhas", e espera que seja o primeiro passo no combate efectivo à corrupção. "São precisos mecanismos de vigilância e de controlo", referiu Ana Gomes, reforçando ser "indispensável, nalguns casos, uma punição exemplar", para que todos interiorizem que "não é tolerável termos uma administração pública propícia a abusos". Ana Gomes lembrou que a nova presidente da Comissão de Desenvolvimento do Parlamento Europeu, a juíza norueguesa Eva Jolie, é uma "pessoa muito conhecedora dos mecanismos de corrupção" ao nível da administração central e com poder para combater o fenómeno. Entre os vários pontos destacados na análise, o CPC, liderado pelo presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins, aponta para uma tendência de atribuição de benefícios públicos sem fundamentar a decisão e sem apontar os critérios de salvaguarda do interesse público, igualdade, proporcionalidade e livre concorrência. Relativamente ao controlo interno da atribuição de subsídios, as entidades tendem ainda a não verificar se existem relações entre a entidade fiscalizadora e o beneficiário que possam pôr em causa a isenção da fiscalização. No que diz respeito à contratação pública, o Conselho de Prevenção da Corrupção encontrou tendências para a falta de verificação dos mecanismos para assegurar o controlo interno dos termos dos contratos, de mecanismos para garantir que não são realizadas adendas ou alterações posteriores, e no caso das empreitadas, da possibilidade de existirem "trabalhos a mais". O controlo interno das contratações públicas aponta por sua vez para tendências para a falta de medidas para evitar conflitos de interesse, que podem colocar em causa a transparência dos procedimentos e de possíveis situações "de corrupção e de favoritismo injustificado".O questionário da entidade liderada pelo presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins, pretende servir de guia para avaliar os riscos de corrupção nestas áreas e foi dirigido a todos os dirigentes máximos das entidades, serviços e organismos da administração pública central e regional, directa e indirecta, todos os municípios e ao sector empresarial local. Aqui.

Cravinho propôs planos de risco obrigatório há três anos

Foram precisos três anos de polémica e amargos de boca no seio dos socialistas para se chegar a um mesmo resultado. O Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) quer que todas as entidades públicas que gerem dinheiro, valores ou património público elaborem planos de gestão de riscos de corrupção e infracções conexas. Tal como pretendia João Cravinho num dos projectos de lei do seu famoso pacote anticorrupção de 2006. O antigo ministro das Obras Públicas tinha proposta a criação de uma Comissão de Prevenção da Corrupção, sediada na Assembleia da República e composta por cinco magistrados eleitos e dois membros nomeados pelo Governo. Foi derrotado dentro do seu partido e acabou por renunciar ao mandato de deputado e ir para Londres. Mas as suas ideias foram fazendo caminho. O PS acabou por criar o Conselho de Prevenção da Corrupção, a funcionar junto do Tribunal de Contas e composto pelo presidente desta estrutura, três inspectores-gerais e personalidades indicadas pelo Ministério Público, Ordem dos Advogados e um cooptado. Uma estrutura muito mais ligada ao Governo, como apontou João Cravinho. No mesmo projecto, o então deputado tornava obrigatório a todas as entidades públicas, incluindo as da administração autárquica e do sector empresarial do Estado, a elaboração anual de planos de prevenção da corrupção com medidas preventivas de tráfico de influências, de corrupção, peculato, participação económica em negócio e conflito de interesses. Isto de acordo com um documento de orientações estratégicas elaborado pelo Governo. Agora, o CPC emitiu, na sequência do questionário feito à administração pública, uma recomendação para que os órgãos dirigentes de todas as entidades gestoras de dinheiros, valores ou patrimónios públicos elaborem “planos de gestão de riscos de corrupção e infracções conexas” no prazo de 90 dias. Sem qualquer enquadramento superior. “A análise das respostas ao citado questionário revela que as áreas da contratação pública e da concessão de benefícios públicos contém riscos elevados de corrupção que importa prevenir através de planos adequados de prevenção”, diagnostica o CPC. Cravinho já o tinha feito, mas não foi levado a sério. L.B..

Falhas de controlo das entidades públicas abrem porta à corrupção

A Falta de verificação dos trabalhos a mais nas empreitadas. Ausência de verificação dos termos em que os contratos públicos são celebrados. Falta de controlo sobre conflitos de interesses e favoritismos. Ausência de sensibilização dos funcionários públicos para a intolerância face a casos de corrupção. São algumas das falhas detectadas pelo Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) na actuação dos organismos públicos. E representam “riscos elevados de corrupção”.As conclusões surgem no relatório-síntese do questionário sobre avaliação da gestão de riscos de corrupção e infracções conexas, a que responderam cerca de 700 serviços e organismos da administração pública, central, regional e local, incluindo o sector empresarial local. E embora não sejam feitas considerações qualitativas sobre as falhas detectadas, o seu reconhecimento levou o CPC a deliberar no sentido de serem feitos planos de gestão de riscos de corrupção por todas as estruturas públicas que mexam em valores (ver caixa). Neste relatório-síntese fala-se de tendências, umas unânimes, outras relativas, outras evidentes, outras generalizadas. São os únicos adjectivos do documento, que se limita a constatar tendências e padrões. Na área da contratação pública, por exemplo, verifica-se uma “tendência generalizada” dos serviços para não negociarem os termos dos contratos nem sequer serem eles a redigir as respectivas minutas. Muitas vezes essa tarefa é confiada a “gabinetes externos especializados”. A preparação dos projectos e cadernos de encargos é também com frequência feita por “especialistas externos”, sem um padrão uniforme nessa contratação. Como se não bastasse, os serviços “tendem a não verificar” os termos em que o contrato é celebrado, nem a garantir que não são feitas adendas ou alterações a posteriori, nem mesmo, no caso das empreitadas, a verificar se há motivos reais para a existência de trabalhos a mais. No entanto, cumprem-se os formalismos burocráticos, como exigir declarações de inexistência de interesses particulares entre as partes ou não ultrapassar os limites legais para a execução dos contratos. Quando os contratos são de aquisição de bens ou serviços, verifica-se não existirem medidas para prevenir conflitos de interesse, pondo-se em causa a transparência e abrindo a porta a “eventuais situações de corrupção e de favoritismo injustificado”. Para mais, é frequente só se avaliar a qualidade e o preço dos bens e serviços adquiridos depois das compras e contratos feitos. A situação também é opaca em matéria de concessão de benefícios públicos. A chamada “subsidiodependência” parece começar nos próprios serviços, que preferem conceder subsídios a outras formas de apoio, como bonificações, ajudas, incentivos ou donativos, diz o relatório. Mas o mais grave é a falta de fundamentação e de controlo nessa atribuição. Os serviços poucas vezes fixam prazos e formas de verificação e apreciação desses apoios. E não verificam “eventuais relacionamentos” entre a entidade fiscalizadora e o beneficiário que possam pôr em causa a isenção da fiscalização. Aqui.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Melhoria na educação exige fim da corrupção

“As crianças são ensinadas em salas superlotadas por professores não qualificados e amiúde desmotivados porque mal pagos”, referem os mesmos estudos apontando a corrupção como a principal causa da má aprendizagem.

Os hábitos de corrupção mais frequentes identificados nos sistemas educativos em África pela Organização não Governamental “Transparência Internacional” variam entre o desvio e uso indevido de recursos ao abuso do poder, concursos públicos viciados e solicitação ilegal de fundos para despesas fictícias.

Por exemplo, a imprensa queniana revelou recentemente que o Governo estava a perder milhões de shillings (milhares de dólares) em pagamentos a mais de 27 mil professores fantasmas, enquanto muitos responsáveis se recusavam a submeter-se à lei da declaração de bens.

Casos similares já foram detectados em muitos outros países onde tais situações contam normalmente com a conivência de funcionários dos Ministérios da Educação e os serviços das Finanças.

A Transparência Internacional lamenta num relatório que a “corrupção prevaleceu sobre o verdadeiro propósito da educação: criar um sistema universal e aberto assente no mérito e não no dinheiro”.

Artigo


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Por que existe tanta corrupção no Brasil?

Victor Lapuente Giné, no jornal El País de 27/3/09, p. 27, questionou e descreveu algumas razões para tanta corrupção na Espanha. Valendo-me desse seu artigo como espelho, vamos transpor suas conclusões (com as quais concordamos em linhas gerais) para a situação brasileira.
No Relatório do Banco Mundial divulgado no dia 29/6/09 (oitava edição do Informe Indicadores mundiais de bom Governo) vê-se que o Brasil não melhorou significativamente sua posição no ranking dos países menos corruptos. A dianteira dos 212 países analisados continua em mãos da Dinamarca, que conquistou a maior nota global (em matéria de medidas anticorrupção: +2,32). Brasil ficou na posição intermediária e sua nota foi -0,03. Na América Latina a liderança anticorrupção é do Chile. Depois vem Uruguai, Peru, Brasil etc. Nos últimos dez anos, os indicadores do Brasil permanecem mais ou menos estáveis (de +0,10 há dez anos passou agora para -0,03, sendo que a margem de erro varia entre 0,14 e 0,18).
De acordo com o autor acima citado (Victor Lapuente Giné) devemos evitar dois equívocos nessa área: (a) dizer que a corrupção é um fenômeno cultural (”é da nossa cultura”) (na verdade, é precisamente o contrário: é a corrupção que deteriora a cultura, não a cultura que gera corrupção); (b) afirmar que falta regulamentação mais detalhada para a proteção do interesse público.
A causa mais grave da corrupção deve ser buscada na politização partidária das instituições públicas, cujos cargos, em grande parte, são preenchidos por critérios políticos (de amizade, lealdade e de retribuição). É a política do clientelismo.

Fujimori admite peculato

O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000) admitiu ontem ter pago com verba pública US$ 15 milhões ao então chefe do serviço secreto do governo, Vladimiro Montesinos. O dinheiro seria uma " compensação por tempo de serviço " ao braço direito do presidente. Montesinos esteve envolvido em uma série de crimes e irregularidades. A declaração de Fujimori foi feita durante o primeiro dia de um julgamento no qual ele é acusado de peculato (apropriação indébita de dinheiro público por funcionário do governo). Fujimori foi condenado em abril a 25 anos de prisão por autorizar o assassinato de 25 pessoas durante uma operação contra rebeldes de esquerda.

Zambia: Luta anti-corrupção

O Embaixador dos Estados Unidos (EUA) na Zâmbia exortou todos os Zambianos a envolverem -se na luta contra a corrupção.
O Sr. Booth referiu: É o dever de todos os Zambianos ter um vivo interesse sobre como fundos dos doadores são utilizados,bem como saber que os Zambianos sofrem as consequências da corrupção.
“ Até que os Zambianos assumam uma liderança ativa quando se fala contra a corrupção no país com o dinheiro investido na economia por doadores,como beneficiários são fortemente atingidos ”,
O Embaixador Booth, disse que o Governo dos EUA continuará a prestar assistência a países que mantiverem a boa governação e o Estado de direito.
Ainda mais referiu, que os Estados Unidos podem fornecer apoio técnico ao Ministério das finanças para reforçar a transparência no dinheiro dos doadores e na forma como é usado.

Mais esclareceu que o Governo dos EUA ofereceriam também apoio ao governo zambiano para garantir a liberdade de informação para jornalistas e membros do público a terem acesso aos documentos públicos, a fim de reforçar a transparência no país.

O mundo visto de Roma - Sem desenvolvimento humano integral fica difícil combater a corrupção

Para nós, brasileiros, o aspecto mais interessante da encíclica, do ponto de vista de suas implicações políticas, é a relação entre ética e solidariedade. Os escândalos de corrupção na vida política brasileira sempre ocupam as páginas dos jornais. Mas poucas vezes percebemos que, por traz da permanência destas condutas políticas antiéticas, existe uma sociedade que não experimentou um “desenvolvimento integral” e que, por isso, tem dificuldade de eleger políticos éticos. Não se trata do jargão “o povo não sabe votar”, mas de perceber que, sem desenvolvimento humano integral, isto é, sem instrução, solidariedade, luta pelo bem comum, fica realmente muito difícil combater a corrupção – pois o pecado está em todos nós e só uma vida solidária e uma razão capaz de analisar e discernir claramente o que é melhor podem nos ajudar a superar a inclinação para o mal que sempre tende a aparecer na sociedade. A reflexão sobre a forma como o papa articula amor, solidariedade e compromisso ético é um ponto muito interessante e importante para a vida pública brasileira.

Artigo

Filho de Sarney deve ser indiciado por corrupção

Depois de quase três anos de investigação, a Polícia Federal decidiu indiciar o empresário Fernando Macieira Sarney, um dos filhos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por corrupção e formação de quadrilha, entre outros crimes. Fernando Sarney e os demais integrantes do núcleo do grupo investigado pela Operação Boi Barrica deverão ser indiciados ainda esta semana. Ele é apontado como chefe de um grupo acusado de usar de forte influência política para direcionar licitações e desviar dinheiro público.
A PF e o Ministério Público Federal encontraram indicações de caixa dois nas eleições de 2006 e superfaturamento da ferrovia Norte-Sul. Na lista dos investigados que deverão ser indiciados estão ainda Ana Clara Murad Sarney, neta de Sarney, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, segundo informou ao GLOBO uma autoridade que acompanha o caso.
Nesta terça, o delegado Márcio Anselmo, presidente do inquérito, foi a São Luís para intimar, interrogar e indiciar os acusados. Para a PF, são fartos os indícios de crimes cometidos pelo grupo. Com os indiciamentos, o delegado pretende concluir quase três anos de investigação.

Blogue: Não mais corrupção!

Na sequência de um comentário aqui no blogue descobri este novo blogue sobre corrupção.
Há que incentivar todos os que lutam por esta causa.
Se todos fizermos um bocadinho mudamos o rumo do país.
Como dizia um cartaz de um partido "Se nada fizermos, nada acontece".
Vão ver o blog aqui, incentivem o seu autor e, acima de tudo, façam qualquer coisa que demonstre que a sociedade (no fundo, cada um de nós) não está disponível para tolerar a orgia de corrupção e incompetência que grassa no país.

Presidente da petrolífera estatal chinesa, Chen Tonghai, condenado à morte por práticas de suborno

O antigo presidente da petrolífera estatal chinesa Sinopec, Chen Tonghai, foi condenado hoje à morte por práticas de suborno, segundo a agência oficial local Xinhua.
A sentença, proferida pelo Tribunal Popular de Segunda Instância de Pequim, determinaAdicionar imagem que Chen Tonghai passe dois anos na prisão, ao fim dos quais a sua pena poderá ser comutada em prisão perpétua, caso mostre boa conduta. Caso contrário será executado.
Chen foi expulso do Partido Comunista Chinês (PCC) em Janeiro do ano passado por práticas de suborno e corrupção.
Anteriormente, em Junho de 2007, Chen despediu-se de forma inesperada da presidência da Sinopec, a maior petrolífera da Ásia, elegando "motivos pessoais". A saída deste responsável coincidiu precisamente com o início da investigação do caso em causa.
Segundo as investigações internas do PCC, o ex-presidente da Sinopec "abusou da sua posição para obter benefícios desonestos para a sua amante e outras pessoas, e levou uma vida corrupta". Aqui.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fujimori enfrenta julgamento por corrupção no Peru

O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori começou nesta segunda-feira (13) a ser julgado por corrupção, sob a acusação de ter gasto ilegalmente US$ 15 milhões no pagamento de um assessor.
Fujimori já cumpre uma sentença de 25 anos de prisão, aos quais ele foi condenado em abril por ter ordenado assassinatos e sequestros cometidos no início dos anos 90.

No novo julgamento, que ocorre em Lima, ele é acusado de ter usado ilegalmente verbas públicas para pagar Vladimiro Montesinos, então chefe do serviço secreto peruano.
O advogado do ex-presidente diz que ele se declarará inocente. Se condenado, pode receber uma pena de oito anos de prisão além de pagar uma multa de US$ 660 mil.

Apoio
O pagamento a Montesinos teria sido feito dois meses antes do grande escândalo de corrupção que derrubou Fujimori no ano 2000.
Naquela época, surgiram imagens de Montesinos subornando políticos da oposição e magnatas dos meios de comunicação. O ex-chefe do serviço secreto se encontra atualmente preso, condenado por corrupção, porte de armas e tráfico de drogas.

domingo, 12 de julho de 2009

Investigação: Lopes da Mota alvo de processo por indícios de pressões

O magistrado suspeito de pressões no processo Freeport, Lopes da Mota, deverá ser acareado com os investigadores do caso, Vítor Magalhães e Paes Faria. No âmbito do processo disciplinar instaurado ao presidente do Eurojust, a audição do ministro da Justiça, Alberto Costa, cujo nome terá sido invocado, também não está posta de parte.
A acareação não foi requerida pelo magistrado do Eurojust, cujo prazo para apresentar a sua defesa terminou ontem, mas o CM sabe que a hipótese está a ser equacionada pelo instrutor do processo disciplinar, Vítor Santos Silva, que já terá mesmo contactado os investigadores do Freeport no sentido de apurar a sua disponibilidade para um frente-a-frente com José Luís Lopes da Mota.
Já o presidente do Eurojust, alvo de um processo disciplinar por estar fortemente indiciado de exercer pressões sobre os procuradores que investigam o licenciamento do outlet de Alcochete, contratou um conhecido advogado de Lisboa para a sua defesa e arrolou perto de 20 testemunhas. O documento só deverá chegar às mãos do instrutor na próxima semana, data em que se realiza também uma reunião do Conselho Superior do Ministério Público. No entanto, e dada a quantidade de diligências pedidas no âmbito do processo disciplinar, este poderá demorar ainda mais do que a própria investigação criminal ao caso Freeport, que conta já com seis arguidos.

sábado, 11 de julho de 2009

Fujimori vai - se declarar inocente em julgamento por corrupção

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori deve declarar inocência no julgamento por corrupção que começa no dia 13 de julho em Lima, indicou nesta sexta-feira à AFP seu advogado César Nakazaki, descartando versões da imprensa de uma confissão de culpabilidade.
"Vamos lutar pela inocência de Fujimori", afirmou Nakazaki, referindo-se à acusação de desvio de fundos públicos para pagar 15 milhões de dólares a seu ex-braço direito Vladimiro Montesinos.
"Fujimori é inocente, não cabe a ele uma punição, porque ele restituiu o dinheiro e não provocou nenhum prejuízo ao Estado. Se não há prejuízo, então não há crime", argumentou.
"Vamos lutar por sua absolvição, porque não cabe aplicar pena ao presidente por este caso", insistiu.
A promotoria pede oito anos de prisão para Fujimori por este caso, no qual é acusado de peculato e falsidade ideológica. A justiça não soma as sentenças no Peru, prevalecendo a maior condenação.
O jornal peruano La República publicou que Fujimori "se declararia culpado para encurtar em uma semana o julgamento e evitar que a população conheça seus atos de corrupção".
Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão em primeira instância em abril deste ano por crimes de lesa humanidade. O ex-presidente (1990-2000) está detido em uma base policial a leste de Lima desde que foi extraditado do Chile, em setembro de 2007.

Obama pede respeito à democracia e fim da corrupção na África

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu neste sábado aos países da África o fim das práticas antidemocráticas e da corrupção, em um grande discurso em Acra, capital de Gana, durante sua primeira visita como chefe de Estado à África subsaariana.
"O desenvolvimento depende de uma boa administração. É um ingrediente que faltou durante muito tempo e em muitos lugares", afirmou Obama no discurso pronunciado no Parlamento ganense.
Obama ressaltou que a ajuda americana ao desenvolvimento na África estará ligado ao respeito às regras democráticas.
"O que faremos será aumentar nossa assistência aos indivíduos e às instituições responsáveis, baseando o esforço no respaldo às regras do bom governo".
"Devemos começar por um postulado simples: o futuro da África pertence aos africanos", afirmou.
Obama destacou que a África continua sendo vítima das guerras, das doenças e do subdesenvolvimento econômico, além da corrupção e das práticas antidemocráticas.

Investigação ao caso BPP


A investigação do Ministério Público (MP) à gestão de João Rendeiro no Banco Privado Português (BPP) no período 2000-2008 apresenta cada vez mais semelhanças com o caso BCP, conforme avança o SOL esta sexta-feira.

«No centro do inquérito do BPP estão também as suspeitas de manipulação da contabilidade do banco imputadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e pela auditora Delloite à administração de Rendeiro com a sobreavaliação do activo e subavaliação do passivo – situação semelhante à ocorrida na investigação à administração de Jardim Gonçalves no caso BCP.
A investigação ao caso BPP, a cargo da 9ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa coordenada pela procuradora Teresa Almeida, está também a fazer um levantamento exaustivo de todas as operações ordenadas pela administração Rendeiro nas semanas que precederam a intervenção do Banco de Portugal (BdP), realizada em Dezembro de 2008.
O DIAP de Lisboa investiga a alegada prática dos crimes de falsificação de documento, abuso de confiança, branqueamento de capitais e fraude fiscal após denúncias formais apresentadas pela CMVM e pelo BdP no final de 2008. »

quinta-feira, 9 de julho de 2009

junho teve 43 servidores expulsos por corrupção

Só no mês de junho foram expulsos 43 servidores da administração pública federal envolvidos em atos de corrupção, o que representa 20% do total de funcionários desligados no ano, apontou hoje levantamento divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU). O total de expulsões registradas no mês passado foi o maior observado no ano. No acumulado dos primeiros seis meses do ano, as expulsões chegaram a 210, resultado apenas inferior, desde 2003, ao observado no primeiro semestre de 2007, que chegou a 246. Esses números não incluem as empresas estatais, mas apenas órgãos da administração direta, autarquias e fundações públicas.As expulsões consideradas pela CGU abrangem demissões, destituições de cargo ou função e cassações de aposentadorias. O resultado não indica, contudo, o aumento da corrupção no setor público. De acordo com o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, o aumento no número de expulsões é reflexo de uma maior eficácia do sistema de corregedoria do governo federal. "Estamos apurando mais e descobrindo novos casos. Antes era bem difícil encontrar a abertura de um processo administrativo ou de uma sindicância", justificou.O levamento da CGU também apurou o número de funcionários expulsos do setor público nos últimos anos. De 2003 até o mês passado, foram 2.179 servidores. Questões relacionadas a improbidade administrativa - uso do cargo em proveito pessoal e o recebimento de propina - corresponderam a cerca de 70% das penalidades aplicadas (1.524). Os outros 30% são funcionários que agiram com indisciplina ou tiveram conduta não condizente com o seu cargo.

As suspeitas compensam mesmo … e não tem vergonha

Cumprindo uma tradição, Pinto da Costa vai, esta-quinta-feira à Assembleia da República para almoçar com os deputados portistas.
Acho bem que os deputados manifestem, do modo que melhor entenderem, o seu fervor clubístico. Mas, representando a Nação, na casa da Nação, receber alguém (aínda não)condenado por actos associados ao desporto, é único.

Isaltino Morais abandona sala irritado

Isaltino Morais abandonou esta manhã o tribunal de Sintra a meio a sessão do julgamento no qual é acusado de crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal. O presidente da Câmara de Oeiras explicou aos jornalistas que se ausentou da sessão por discordar do teor das alegações do procurador do Ministério Público, Luis Elói.
Para o ribunal de Sintra estava marcado hoje o início das alegações finais do Ministério Público no âmbito do processo que envolve o presidente da Câmara de Cascais."É difícil ouvir. Não me posso controlar. Não é possível ouvir o que estou a ouvir", declarou Isaltino Morais ao colectivo, com manifesta irritação com as alegações finais do procurador Luís Elói, pedindo de imediato à juíza para que lhe permitisse ausentar-se da sessão.
Aos jornalistas, o autarca disse que "não pretende ser malcriado", pelo que, por uma questão de "respeito pelos tribunais" deixou a sala de audiências. "Depois ouço as cassetes. Irei ouvir a transcrição e depois com calma reagirei", acrescentaria o autarca, perturbado por aquilo que considerou tratar-se de "afirmações não provadas" por parte do procurador.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Novas imagens mostram detalhes de corrupção policial no interior de SP

Novas imagens gravadas pelo delegado Roberto Fernandes mostram detalhes das irregularidades cometidas por policiais que foram investigadas por ele em Bauru, no interior de São Paulo. Atualmente diretor da Polícia Civil no Oeste de São Paulo, Fernandes tirou licença-prêmio, alugou um apartamento e durante seis meses investigou, por conta própria, as suspeitas de corrupção. São mais de nove horas de gravações.

Quanto custa combater a corrupção? Quanto custa, que eu pago a minha parte.

Com o poder político a recusar parte das medidas de combate à corrupção sem que haja uma efectiva responsabilização de quem permite que estas situações se eternizem e multipliquem, claro está, que todo este ambiente gera, desinteresse pela política, alheamento de muitos pelos assuntos da governação, de que resultam taxas de abstenção elevadas. No caso do futebol? Simples, estádios vazios, clubes falidos, alheamento sobre o que deve ser o desporto, enfim um encolher de ombros tal a impunidade que se mantém.

Simples? Fácil? Não, não seria, mas acredito que com um maior empenho no combate efectivo à corrupção, nas suas diversas vertentes, mesmo aquelas que, de tão habituados que estamos a encarar com normalidade, as despesas efectivas do funcionamento do Estado baixariam.

Só resta, realmente, perguntar quanto custa para combater a corrupção? Quanto custa, que eu pago a minha parte.

Absolvido de corrupção

Um dos arguidos no megaprocesso de corrupção que envolve 173 militares da ex-BT/GNR e 22 empresários foi ontem absolvido de 12 crimes de corrupção passiva. O tribunal de júri de Rio Maior considerou não ter ficado provado o envolvimento de José A.
Foram ouvidas várias testemunhas – donos, gerentes e funcionários de oito empresas – que alegadamente deram dinheiro, senhas de combustível e outros bens a elementos da ex-BT para que estes fechassem os olhos a infracções. No entanto, nenhuma delas reconheceu o arguido como um dos militares envolvidos no esquema ilícito.
O megaprocesso resultou da ‘Operação Centauro’, realizada pela PJ em Novembro de 2002. Actualmente, o processo está em recurso na Relação de Lisboa mas a defesa de José A. pediu a separação dos autos. O caso acabou por ser julgado em Rio Maior, onde teriam ocorrido os crimes.

Obama fala em democracia e fim da corrupção na Rússia

Os Estados Unidos querem uma Rússia forte, próspera e em paz, disse o presidente norte-americano Barack Obama, durante discurso feito hoje aos alunos da Nova Escola Econômica, em Moscou. Num de seus mais importantes pronunciamentos da visita à Rússia, o mandatário norte-americano pediu o desenvolvimento da democracia e o combate à corrupção no país. "Reconhecemos o benefício futuro que virá de uma Rússia forte e vibrante", afirmou. Segundo Obama, os desafios enfrentados pelo mundo moderno "demandam parceria global, e essa parceria será mais forte se a Rússia ocupar seu lugar de direito como grande potência".
O presidente dos EUA também mirou na corrupção, considerada um dos flagelos da sociedade russa pós-soviética. "As pessoas em todos os lugares deveriam ter o direito de fazer negócios ou obter educação sem pagar propina", declarou. "Isso não é uma ideia americana ou russa - é como as pessoas e os países vão caminhar no século 21."

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Corrupção e impunidade abalam o Senado brasileiro

Nada de novo, dizem os cientistas políticos sobre o último escândalo no Senado brasileiro, que envolve directamente o seu líder, José Sarney, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
O Presidente Lula da Silva tem feito de tudo para que este não seja afastado, irritando o seu próprio Partido dos Trabalhadores (PT) e testando a paciência da oposição.
O caso envolve 663 "actos secretos" de corrupção e ilegalidades na gestão desse órgão público entre 1995 e 2009
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Depois, abre velhas feridas da crise institucional que endurece o "descrédito" nos representantes políticos brasileiros, diz Karen Fernandez, cientista política em São Paulo.
O escândalo no Senado tem vindo a agravar-se desde Fevereiro, com uma crise ética, manchando a instituição com o espectro da "promiscuidade" para servir interesses privados.

Depois, Sarney, que aparece mencionado nesses "actos secretos" com supostas benesses familiares, já ganhou as eleições "fragilizado numa disputa pelo controlo da presidência contra o PT", diz Fabiano Angélico, da organização não governamental Transparência Brasil, que investiga casos de corrupção na política brasileira.

Ex-líder zambiano aguarda veredicto em julgamento por corrupção

Quando o lustroso Mercedes preto estacionou em frente ao tribunal, um funcionário correu para a porta do passageiro, curvou - se profundamente, e então a abriu, com cerimônia. Um pé, calçado num sapato acinzentado, apareceu, seguido pelo resto do homem, Frederick Chiluba.
Por uma década, ele foi presidente de Zâmbia. Hoje, mais de sete anos depois que deixou o cargo, uma corte está decidindo se ele roubou de seu miserável povo. Um veredicto deve ser anunciado em 20 de julho.
Enquanto ladrões comuns e traficantes de drogas andavam por ali, Chiluba caminhou pelo corredor até sua audiência, apertando mãos, sorrindo magnanimamente, jogando um braço sobre os ombros de outro réu para dar risadinhas sobre alguma piada particular. Em meio a homens com camisas desbotadas e calças velhas, ele vinha impecavelmente vestido num terno cor de carvão, com um lenço de seda vermelho no bolso do paletó e um relógio de ouro e diamantes brilhando em seu pulso.
Porém, assim que se sentou no banco de réus, seu comportamento jovial evaporou. Sob a escassa luz que entrava pelas estreitas janelas daquela recente manhã, Chiluba respondeu melancolicamente quando o magistrado perguntou por que seus advogados não haviam apresentado um resumo por escrito no prazo.

João Cravinho e a Corrupção

O Estado foi apropriado por grupos de interesses e ‘lobbies’ que envolvem o próprio sistema político. A corrupção existe e está a agravar-se em Portugal”.João Cravinho - jornal Público - 12 de Março de 2005.
“A maior corrupção é a corrupção de Estado, é a que envolve as maiores valores e implica a submissão dos interesses públicos aos privados, e não estamos a fazer nem de longe o que devíamos para a combater”,João Cravinho - Sic Noticias - em Fevereiro de 2007
"Na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo, porque a grande corrupção considera-se impune e age em conformidade e atinge áreas de funcionamento do Estado, que afectam a ética pública"João Cravinho - RTP - 27 de Julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Militar da GNR condenado por corrupção

O Tribunal Judicial de Ourém condenou esta quarta-feira um militar da GNR, de 51 anos, a dois anos de prisão com pena suspensa, pela prática de corrupção passiva para acto ilícito.
O arguido, Joaquim da Fonseca Coelho, recebeu cem euros de uma condutora a fim de não proceder à elaboração de um auto de contra-ordenação resultante de uma infracção rodoviária na cidade de Ourém.
A presidente do colectivo de juízes, Cristina Sousa, disse ao arguido, na leitura do acórdão, que “era seu dever elaborar o auto de contra-ordenação” e acrescentou que o Tribunal considera que “a condutora passou mesmo a luz vermelha do semáforo”.

A favor do arguido, que exerce a profissão há 34 anos, o Tribunal valorizou o facto de ter confessado a maior parte dos factos, o “arrependimento” e a “vergonha”.

Joaquim da Fonseca Coelho foi ainda condenado, como pena acessória, à proibição do exercício das suas funções por dois anos.
Noticia aqui

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A corrupção e a Síndrome de Ivan Ilich

Os escândalos que a cada dia são revelados desnudando o Senado como um antro de corrupção, irresponsabilidade, nepotismo e inconsequência trazem à tona a velha questão do pandemônio em que se transformou a administração pública com a instituição da vitaliciedade do emprego público insculpida como princípio constitucional.Veja-se, por exemplo, o depoimento de Alexandre Guimarães, funcionário concursado do Senado que ocupa o cargo de chefia na consultoria legislativa e revela-se envergonhado de trabalhar naquela Casa do Congresso Nacional. Admitido em 2004, ele prestou concurso para três vagas e ficou em 19° lugar. Mas o número de vagas foi ampliado para 40 de tal forma a ser possível a admissão de apaniguado de figuraça da instituição e, assim sendo, foi beneficiado indiretamente. Na situação em que se encontra, revela que encontrando outro emprego, preferirá deixar o do Senado, mas isso dificilmente ocorrerá, pois seria necessário muita renúncia para trocar a sinecura que tem por qualquer outra atividade em que se sinta moralmente confortado. Aliás, esta é a sina do funcionário público que está condenado a tolerar indefinidamente as frustrações e desencantos do serviço público que poderíamos chamar de síndrome de Ivan Ilich.

Violência e corrupção marcaram governo derrubado por militares


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, assumiu o governo em 2006 com a promessa de aumentar o salário mínimo, combater a criminalidade e reduzir a pobreza. Mas até domingo, quando foi deposto por um golpe militar, pouco disso havia sido feito.A violência em Honduras cresceu 25% entre 2007 e 2008. O país caribenho tornou-se um dos mais violentos da América Latina durante a administração de Zelaya.
O início de seu mandato foi marcado por acenos aos EUA, de onde Zelaya esperava novos investimentos. Frustrado com o apoio discreto de Washington, o presidente de origem liberal não teve pudores em voltar seu governo na direção do socialista Hugo Chávez, presidente da Venezuela, de quem recebeu US$ 300 milhões em ajuda só no ano passado, além de um acordo de fornecimento de combustível subsidiado.

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Fretilin convida Xanana a demitir-se devido a acusações de "corrupção"

O porta-voz do Governo, Ágio Pereira, contestou a afirmação, feita pela Fretilin, de que seria da autoria dessa força partidária a lei anti-corrupção ontem aprovada, quase por unanimidade, pelo Parlamento Nacional."Os líderes da Fretilin parecem gostar de contar 'petas'", disse Pereira, secretário de Estado do Conselho de Ministros, segundo o qual o comunicado do partido de Mari Alkatiri "visava complementar a sua ronda de falsas alegações de corrupção contra Xanana Gusmão".

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