Blogues para seguirem e participarem

Junte - se á causa

sábado, 21 de fevereiro de 2009

MFL: “Justiça já não pode descer mais”... está um caos


- A Justiça está numa situação muito complicada. O PSD vai ter um programa muito claro para a Justiça? À medida que os dias passam a situação é cada vez mais absurda, não há investigação, há escândalos e polémicas. Está ou não num caos?
- É um caos.
- O PSD vai dizer o quê sobre a Justiça?
- Vai ter propostas. Dentro do conjunto de fóruns que vamos organizar um deles vai ser evidentemente sobre Justiça e Segurança. Estamos a fazer um trabalho ponderado e aprofundado nessa matéria, vamos fazer um debate público aprofundado. Em relação a tudo isso que disse, há um ponto que acho que define o que eu sinto sobre esta matéria. Isto não pode continuar. Não pode.
- Está um caos, as pessoas já não acreditam.
- Não pode continuar. Aquilo que se tem passado nos últimos tempos significa descer todos os dias mais um degrau na credibilidade do sistema de Justiça. E eu acho que já não conseguimos descer mais degraus. Para além daquilo que significa num Estado de Direito o sistema de Justiça funcionar, para além disso, ainda temos a questão de o sistema de Justiça ser provavelmente neste momento um dos nossos maiores constrangimentos ao nosso crescimento económico.
- Os tribunais não funcionam, as falências arrastam-se.
- Se não fosse por mais nada esse ponto era absolutamente essencial. Aquilo que lhe digo é que isto não pode continuar.
- A segurança não está melhor. Os números de 2008 ainda não vieram a público mas a situação está pior, nomeadamente no crime violento. Este ano não tem sido melhor. O que é que se pode fazer neste domínio?
- Aí está um ponto em que antes de mais nada é absolutamente essencial falar verdade. Encobrir dados, fingir situações, meter a cabeça debaixo da areia é pura simplesmente negativo.
- E anunciar milhares de polícias e GNR que depois são os mesmos.
- Exactamente. Coisas desse estilo é tipo barril de pólvora.
- Aí também é preciso falar verdade com os números?
- Exactamente.
- O que é que se pode fazer? É erro do Governo? É uma situação social imparável?
- É com certeza um erro do Governo porque se há matérias que sejam da exclusiva responsabilidade do Governo uma delas é a segurança. Não há entidades privadas metidas no assunto. E, portanto, é um ponto em relação ao qual o Governo devia estar a dar uma enorme prioridade. E acho que não só não lhe está a dar prioridade como ainda por cima está a fomentar algum mau estar social que é altamente indesejável numa situação de crise.
- Fala dos ricos contra pobres e vice versa?
- Quando o Governo, por exemplo, faz discursos de ricos e pobres é algo de impensável numa situação de crise. Está a lançar gasolina para cima de um fogo. Eu acho não só que não tem tomado muitas medidas como ainda por cima tem fomentado no espírito das pessoas hostilização e de crispação entre os portugueses que é a última coisa que se pode fazer numa situação de crise.
- E o descontentamento cresce nas forças de segurança. E poder político não consegue controlar a situação.
- Como sabe, na altura do Verão houve uma intensidade de notícias muito grandes sobre crimes e o aparecimento de novas formas de crime e isso foi algo que abalou muito as pessoas. E eu acho que a forma como o Governo resolveu o assunto foi acabar com as notícias. Não é forma de resolver o assunto. O assunto está lá, os assaltos continuam. Tudo se passa na mesma. Simplesmente deixou de haver opção da opinião pública para que alguma medida seja tomada. Que nós saibamos não há medidas tomadas.
Entrevista de António Ribeiro Ferreira a Manuela Ferreira Leite e foto aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário

google-site-verification: googlef22dbfc7f4ff885e.html