Três investigadores da Comissão Independente contra a Corrupção de Hong Kong foram detidos no final da passada semana. Já estão em liberdade, mas sob fiança. A RAEHK vive um episódio invulgar.
Foram libertados no sábado, sob fiança, os três investigadores da Comissão Independente contra a Corrupção (ICAC, na sigla inglesa), detidos no final da passada semana por alegadamente terem pervertido o curso da justiça. O trio foi detido numa rusga sem precedentes levada a cabo na sede do ICAC, em North Point. A polícia acusa os funcionários de terem instado uma testemunha a prestar falsas declarações num caso de fraude comercial e branqueamento de capitais.
De acordo com o South China Morning Post (SCMP), o ICAC queixou-se à boca pequena do modo como está a ser gerido o caso – a rusga e a mediatização da detenção não terão caído bem ao organismo. Porém, o secretário para a Segurança, Ambrose Lee Siu-kwong, veio ontem a público defender a oportunidade da acção policial e sublinhou que não causará problemas de comunicação entre os dois órgãos de investigação criminal, que desde 2002 têm um sistema de troca de informações entre os seus responsáveis.
Os investigadores em causa são acusados de terem instruído Cheung Ching-ho para que este testemunhasse contra quatro pessoas, de modo a que fossem condenadas de manipulação de mercado e branqueamento de capitais. A Cheung, também acusado no processo por conspiração fraudulenta, foi alegadamente oferecida imunidade, num acordo em que se exigiria que prestasse declarações favoráveis à acusação.
O julgamento de Cheung foi suspenso desde Junho, desenvolve o SCMP, depois de o arguido ter alegado estar na posse de uma gravação de seis horas de conversa com investigadores do ICAC, durante a qual estes terão instruído o depoimento que era suposto prestar. O registo sonoro foi enviado para peritagem.
A rusga levada a cabo pela polícia foi a primeira feita em escritórios do ICAC desde que a comissão de combate à corrupção foi criada, em 1974. O matutino em língua inglesa explica que a acção expõe a rivalidade de longa data entre os dois órgãos de investigação criminal. Os conflitos ganharam visibilidade em 2002, ano em que o ICAC deteve o superintendente da polícia Sin Kam-wah, o número dois da unidade de combate aos narcóticos, por suspeitas de ter recebido serviços sexuais em troca de informações sobre rusgas. O então Chefe do Executivo da RAEHK, Tung Chee-hwa, acabou por intervir. Os dois órgãos decidiram então criar um sistema de comunicação para melhorar a cooperação.
O que já se julgou
A operação policial da passada sexta-feira foi seguida de perto por uma multidão de jornalistas e de curiosos que se concentraram junto às instalações do ICAC. Na rua, estavam cerca de 40 polícias, enquanto outro grupo de agentes realizava a busca.
“Ao fazer detenções com tanto aparato, é bem provável que o julgamento dos investigadores detidos já tenha começado, uma vez que toda a gente já sabe do caso”, comentou ao South China, sob anonimato, um alto responsável do ICAC, acrescentando logo que a acção poderá ter impacto na forma como os dois órgãos têm vindo a cooperar.
A polícia chegou às instalações do ICAC por volta das 10h, em quatro viaturas não identificadas. Os veículos abandonaram as instalações às 17h, depois de sete horas de investigações no edifício.
Sem fazerem referência ao ICAC, as autoridades policiais emitiram um comunicado em que informaram terem “detido três indivíduos de etnia chinesa, do sexo masculino, com idades entre os 37 e os 45, na zona de North Point, por ofensas de perversão da justiça pública”. A mesma nota referia que “como a investigação ainda não terminou, não é apropriado fazer mais comentários em relação a este caso”.
Mais tarde, o ICAC confirmou estar a apoiar a polícia numa investigação sobre um caso suspeito de perversão do curso da justiça, e declarou prestar total apoio. Fonte não identificada conhecedora do caso afirmou que os três suspeitos pertencem à unidade de combate à corrupção, mas nenhum deles se encontra numa posição hierárquica elevada.
Fonte - Ponto Final
Foram libertados no sábado, sob fiança, os três investigadores da Comissão Independente contra a Corrupção (ICAC, na sigla inglesa), detidos no final da passada semana por alegadamente terem pervertido o curso da justiça. O trio foi detido numa rusga sem precedentes levada a cabo na sede do ICAC, em North Point. A polícia acusa os funcionários de terem instado uma testemunha a prestar falsas declarações num caso de fraude comercial e branqueamento de capitais.
De acordo com o South China Morning Post (SCMP), o ICAC queixou-se à boca pequena do modo como está a ser gerido o caso – a rusga e a mediatização da detenção não terão caído bem ao organismo. Porém, o secretário para a Segurança, Ambrose Lee Siu-kwong, veio ontem a público defender a oportunidade da acção policial e sublinhou que não causará problemas de comunicação entre os dois órgãos de investigação criminal, que desde 2002 têm um sistema de troca de informações entre os seus responsáveis.
Os investigadores em causa são acusados de terem instruído Cheung Ching-ho para que este testemunhasse contra quatro pessoas, de modo a que fossem condenadas de manipulação de mercado e branqueamento de capitais. A Cheung, também acusado no processo por conspiração fraudulenta, foi alegadamente oferecida imunidade, num acordo em que se exigiria que prestasse declarações favoráveis à acusação.
O julgamento de Cheung foi suspenso desde Junho, desenvolve o SCMP, depois de o arguido ter alegado estar na posse de uma gravação de seis horas de conversa com investigadores do ICAC, durante a qual estes terão instruído o depoimento que era suposto prestar. O registo sonoro foi enviado para peritagem.
A rusga levada a cabo pela polícia foi a primeira feita em escritórios do ICAC desde que a comissão de combate à corrupção foi criada, em 1974. O matutino em língua inglesa explica que a acção expõe a rivalidade de longa data entre os dois órgãos de investigação criminal. Os conflitos ganharam visibilidade em 2002, ano em que o ICAC deteve o superintendente da polícia Sin Kam-wah, o número dois da unidade de combate aos narcóticos, por suspeitas de ter recebido serviços sexuais em troca de informações sobre rusgas. O então Chefe do Executivo da RAEHK, Tung Chee-hwa, acabou por intervir. Os dois órgãos decidiram então criar um sistema de comunicação para melhorar a cooperação.
O que já se julgou
A operação policial da passada sexta-feira foi seguida de perto por uma multidão de jornalistas e de curiosos que se concentraram junto às instalações do ICAC. Na rua, estavam cerca de 40 polícias, enquanto outro grupo de agentes realizava a busca.
“Ao fazer detenções com tanto aparato, é bem provável que o julgamento dos investigadores detidos já tenha começado, uma vez que toda a gente já sabe do caso”, comentou ao South China, sob anonimato, um alto responsável do ICAC, acrescentando logo que a acção poderá ter impacto na forma como os dois órgãos têm vindo a cooperar.
A polícia chegou às instalações do ICAC por volta das 10h, em quatro viaturas não identificadas. Os veículos abandonaram as instalações às 17h, depois de sete horas de investigações no edifício.
Sem fazerem referência ao ICAC, as autoridades policiais emitiram um comunicado em que informaram terem “detido três indivíduos de etnia chinesa, do sexo masculino, com idades entre os 37 e os 45, na zona de North Point, por ofensas de perversão da justiça pública”. A mesma nota referia que “como a investigação ainda não terminou, não é apropriado fazer mais comentários em relação a este caso”.
Mais tarde, o ICAC confirmou estar a apoiar a polícia numa investigação sobre um caso suspeito de perversão do curso da justiça, e declarou prestar total apoio. Fonte não identificada conhecedora do caso afirmou que os três suspeitos pertencem à unidade de combate à corrupção, mas nenhum deles se encontra numa posição hierárquica elevada.
Fonte - Ponto Final
Sem comentários:
Enviar um comentário