O promotor de Justiça Francisco de Assis Machado Cardoso, do Ministério Público do Rio, disse que o confisco das finanças do crime organizado é o melhor caminho para o combate aos incendiários que aterrorizam seu Estado. "Quando você mexe no bolso, consegue efetivamente desarticular as organizações. O crime organizado é como uma empresa: quando corta o fluxo financeiro, você desestrutura todo o funcionamento."
Cardoso é especialista em investigações sobre milícias que exploram as comunidades carentes do Rio. Durante a reunião da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, em Florianópolis, o promotor apresentou relatório sobre os métodos do crime no Rio. Ele integrou o Núcleo de Combate à Lavagem de Dinheiro, braço do Ministério Público, e agora faz parte da assessoria da Procuradoria Geral de Justiça que investiga crimes atribuídos a prefeitos e a vereadores.
O promotor avalia que é correta a contraofensiva do governo do Estado ao tráfico, mas prega uma devassa no caixa do crime. "Quando você não mexe nas finanças você só troca as peças. Só tira os atores. Mas o teatro continua da mesma forma, recruta um executor que vai continuar exercendo aquela mesma atividade. Dinheiro é tudo."
Cardoso observa que a reação do crime não se restringe à instalação das UPPs, mas também ocorre por causa do cerco aos milicianos. "Nos últimos cinco anos, as operações integradas do Ministério Público e das polícias prenderam aproximadamente 600 envolvidos com milícias." Segundo o promotor, a movimentação de recursos delas "é muito grande, farta e fácil".
Corrupção. Ele acentua que a corrupção no poder público é fator que estimula a criminalidade. " Você tem conivência de órgãos que deveriam estar adotando políticas públicas de segurança com certas práticas adotadas pelo crime organizado. Você não sabe mais identificar quem é mocinho e quem é ladrão."
Para o secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, "não se pode dissociar corrupção de violência". "O que está acontecendo no Rio é a dolorosa ponta de um iceberg. Embaixo tem um enorme sistema de lavagem de dinheiro, de corrupção. O Estado precisa ter mecanismos de inteligência para atacar esses pontos e não simplesmente promover a batalha campal."
Abramovay defende imediata aprovação da lei do crime organizado, que permite novas formas de infiltração, delação premiada, vigilância monitorada. "No Rio a gente precisa disso, de trabalho de inteligência permanente que reúna provas contra o crime. É um problema de segurança pública que se resolve com uso de mecanismos que o estado de direito fornece. Não se pode achar que é um problema militar. O Estado não pode vacilar."
Fonte - Estadão
Cardoso é especialista em investigações sobre milícias que exploram as comunidades carentes do Rio. Durante a reunião da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, em Florianópolis, o promotor apresentou relatório sobre os métodos do crime no Rio. Ele integrou o Núcleo de Combate à Lavagem de Dinheiro, braço do Ministério Público, e agora faz parte da assessoria da Procuradoria Geral de Justiça que investiga crimes atribuídos a prefeitos e a vereadores.
O promotor avalia que é correta a contraofensiva do governo do Estado ao tráfico, mas prega uma devassa no caixa do crime. "Quando você não mexe nas finanças você só troca as peças. Só tira os atores. Mas o teatro continua da mesma forma, recruta um executor que vai continuar exercendo aquela mesma atividade. Dinheiro é tudo."
Cardoso observa que a reação do crime não se restringe à instalação das UPPs, mas também ocorre por causa do cerco aos milicianos. "Nos últimos cinco anos, as operações integradas do Ministério Público e das polícias prenderam aproximadamente 600 envolvidos com milícias." Segundo o promotor, a movimentação de recursos delas "é muito grande, farta e fácil".
Corrupção. Ele acentua que a corrupção no poder público é fator que estimula a criminalidade. " Você tem conivência de órgãos que deveriam estar adotando políticas públicas de segurança com certas práticas adotadas pelo crime organizado. Você não sabe mais identificar quem é mocinho e quem é ladrão."
Para o secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, "não se pode dissociar corrupção de violência". "O que está acontecendo no Rio é a dolorosa ponta de um iceberg. Embaixo tem um enorme sistema de lavagem de dinheiro, de corrupção. O Estado precisa ter mecanismos de inteligência para atacar esses pontos e não simplesmente promover a batalha campal."
Abramovay defende imediata aprovação da lei do crime organizado, que permite novas formas de infiltração, delação premiada, vigilância monitorada. "No Rio a gente precisa disso, de trabalho de inteligência permanente que reúna provas contra o crime. É um problema de segurança pública que se resolve com uso de mecanismos que o estado de direito fornece. Não se pode achar que é um problema militar. O Estado não pode vacilar."
Fonte - Estadão
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