O noticiário da imprensa brasileira, para quem tem costume de acompanhá-lo, causa tristeza, em alguns casos pode levar a problemas maiores, talvez até a depressão, por ser tão carregado de notícias ruins.Violência, drogas, a saúde na UTI, a educação de mal a pior. As notícias menos catastróficas ficam por conta da economia, como se o ser humano fosse apenas isto. É exatamente na economia que os governos escondem as mazelas em que vivemos. É fato, o país cresce, mas a que custos? Cresce para quem?No entanto, grande parte do mau funcionamento das realidades citadas é fruto da corrupção que assola o Brasil. Temos os parlamentares mais caros do mundo, políticos das esferas federal, estadual e municipal são acusados dia após dia de crimes contra o patrimônio público, e para a surpresa da população tentam colocar a culpa na polícia e no ministério público, como se estes estivessem criando situações, inventando "provas" para incriminá-las. É no mínimo lamentável, pois as instituições agora são colocadas em "cheque", aquelas que cuidam da defesa da moralidade são descredenciadas por homens e mulheres, que pelo poder são capazes de criar as "estórias" mais absurdas para se defenderam.É desesperador saber que pessoas que cometeram tais crimes, a cada legislatura voltam como se nada tivesse acontecido. Os envolvidos nos maiores escândalos estão entre nós ocupando cargos, influenciando decisões e voltando às funções públicas. Fico a me perguntar: quando é que um ex-presidiário consegue arranjar um emprego com tanta facilidade? A maioria é colocada à margem, às vezes, para toda a vida. Por que o mau político, que também é criminoso pode retomar suas atividades? Gostaria de saber o nome de um político que roubou e que está preso?Os políticos, em geral, que são denunciados, já sabem que dificilmente serão punidos com prisão, e que não ressarcirão os cofres públicos. Contudo, existe outra possibilidade de análise, a imprensa é a culpada pelo "denuncismo" que tomou conta do Brasil. Assim se expressam alguns políticos, querendo, inclusive, criar a lei da mordaça. Dizer que a imprensa é apartidária, que não tem seus interesses, seria ingenuidade, basta observar as notícias eclesiais, como as manchetes que envolvem padres que cometerem deslizes e/ou crimes são transmitidas e como é diferentes com outros líderes religiosos que cometem os mesmos erros, mas daí criar uma lei para amordaçar a imprensa é tentar impedir que tais crimes cheguem ao conhecimento da população.Se me perguntarem que análise faço da imprensa? Diria que gostaria de vê-la também apresentando, de modo positivo, as possibilidades de solução para tais problemas, apoiando e ajudando a criar no imaginário popular, a capacidade de reação diante destes fatos e pessoas que, como sanguessugas e outros, beneficiam-se do nosso dinheiro, ganho a duras penas. Falta lei? Não, falta aplicação da mesma e boa vontade dos poderes para criar outros mecanismos de combate à corrupção, haja vista, o projeto de iniciativa popular, liderado pela CNBB, para impedir a candidatura de políticos com ficha suja e que permanece emperrado no Congresso fadado ao esquecimento. É necessário recordar que um milhão e trezentas mil pessoas assinaram pedindo a sua aprovação. O Brasil vive um momento de euforia econômica, ao mesmo tempo, de desespero na saúde, na educação, na segurança, etc., a corrupção é a mãe de todas estas "desgraças" e exige de cada cidadão a tomada de consciência, de um olhar mais amplo sobre a realidade.
Debate entre Paulo Rangel e Marinho Pinto
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O homem é um animal político (Aristóteles) e, como tal, não pode viver
senão em sociedade. Por isso mesmo, já se exarou, acertadamente, a máxima a
um tempo...
Há 13 anos
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