A agenda do ano de Berlusconi:
Janeiro: O ano começou bem. O primeiro ministro italiano em janeiro tinha uma bela família, imunidade total, e um rosto recém-esticado pelo enésimo lifting. Muito diferente do de agora.
Fevereiro: David Mills, advogado inglês que trabalhava para a Fininvest, holding berlusconiana, foi condenado por ter recebido uma rica propina para declarar o falso num dos processos contra o chefe. Na época, Berlusconi ainda tinha imunidade, mas a corrupção ficou provada.
Março foi tranquilo, mas em compensação em abril começou a série negra. Durante uma recepção com a rainha Elisabeth e outros chefes de estado e governo em Londres, Berlusconi deu um berro para chamar a atenção do presidente Obama. A rainha ficou incomodada e perguntou: "Por que esse cara está gritando?" Berlusconi retrucou que as suas gafes são todas construídas pela odiosa mídia.
Abril continou no mesmo tom, desta vez a vítima foi a primeira ministra alemã Angela Merkel, abandonada sozinha num tapete vermelho enquanto o líder italiano conversava no seu celular. Virou um dos vídeos mais clicados no YouTube. Berlusconi se defendeu alegando que estava negociando uma disputa diplomática com o primeiro ministro turco. Em 6 de abril a terra tremeu no centro da Itália, destruindo a cidade de L'Aquila, matando 328 pessoas e deixando 50 mil sem abrigo. Berlusconi, no seu otimismo a prova de terremoto, tentou animar os cidadãos de L'Aquila, obrigados a viver em tendas, aconselhando a considerar a situação como um "fim de semana de acampamento".
Maio: a vida privada do primeiro ministro começa a se desfazer em público. Sua mulher, Veronica, escreve uma carta ao jornal La Repubblica criticando o marido por ter escolhido só mulheres jovens e bonitas como ministras do seu governo. Ele responde exigindo que ela peça desculpas publicamente. Veronica pede o divórcio, citando inclusive a presença do marido na festinha de 18 anos de uma moça de Nápoles, Noemi Letizia. Berlusconi, 73 anos, jura que nunca aconteceu nada de "picante" entre ele e Noemi.
Junho: chega em Roma o líder líbio Muamar Kaddafi, com uma enorme tenda de beduino que paraliza o trânsito da capital. Os dois chefes, o italiano e o líbio, proclamam amizade eterna, ao som das vaias dos defensores dos direitos humanos, que na Líbia praticamente não existem.
Julho: os jornais começam a falar de Patrizia D'Addario, prostituta de Bari, que anuncia que passou uma noite bem "picante" com Berlusconi, e que gravou e filmou tudo o que aconteceu naquela noite. Revela que Berlusconi detesta camisinha e que tem algumas dificuldades na cama. O chefe do governo italiano retruca que não conhece Patrizia e que nunca pagou por sexo: "nunca entendi qual é a satisfação quando se perde o prazer da conquista".
Agosto: mês de férias na Europa, Berlusconi tenta limpar a barra com o eleitorado católico, mas o divórcio, as namoradinhas menores e as prostitutas que frequentam sua residência não ajudam.
Setembro: os boatos circulam livremente, falam de cocaína e a fila de garotas de programa entrevistadas sobre suas visitas à casa de Berlusconi parece interminável.
Outubro e novembro: meses difíceis para o primeiro ministro. Um tribunal estabelece que a Fininvest deve pagar a um grupo rival mais de um bilhão de dólares como indenização por um negócio fechado com rios de dinheiro corrupto nos anos Noventa. O supremo tribunal italiano declara inconstitucional a lei que garante a imunidade ao chefe do governo. Isto quer dizer que em 2010 Berlusconi vai ter que se defender em três processos, todos por corrupção.
Dezembro: um informante da máfia siciliana revela que Berlusconi era cupincha de vários chefões de Cosa Nostra. Em 5 de dezembro, milhões de italianos tomam parte no "No Berlusconi Day". O dia sem Berlusconi foi comemorado também em outras cidades do mundo. No dia 14, depois de um comício, um maluco joga na cara do primeiro ministro uma estatueta da catedral de Milão: nariz e dentes quebrados, o rosto coberto de sangue, Berlusconi passa quatro noites no hospital e ainda está se recuperando do ataque.
Janeiro: O ano começou bem. O primeiro ministro italiano em janeiro tinha uma bela família, imunidade total, e um rosto recém-esticado pelo enésimo lifting. Muito diferente do de agora.
Fevereiro: David Mills, advogado inglês que trabalhava para a Fininvest, holding berlusconiana, foi condenado por ter recebido uma rica propina para declarar o falso num dos processos contra o chefe. Na época, Berlusconi ainda tinha imunidade, mas a corrupção ficou provada.
Março foi tranquilo, mas em compensação em abril começou a série negra. Durante uma recepção com a rainha Elisabeth e outros chefes de estado e governo em Londres, Berlusconi deu um berro para chamar a atenção do presidente Obama. A rainha ficou incomodada e perguntou: "Por que esse cara está gritando?" Berlusconi retrucou que as suas gafes são todas construídas pela odiosa mídia.
Abril continou no mesmo tom, desta vez a vítima foi a primeira ministra alemã Angela Merkel, abandonada sozinha num tapete vermelho enquanto o líder italiano conversava no seu celular. Virou um dos vídeos mais clicados no YouTube. Berlusconi se defendeu alegando que estava negociando uma disputa diplomática com o primeiro ministro turco. Em 6 de abril a terra tremeu no centro da Itália, destruindo a cidade de L'Aquila, matando 328 pessoas e deixando 50 mil sem abrigo. Berlusconi, no seu otimismo a prova de terremoto, tentou animar os cidadãos de L'Aquila, obrigados a viver em tendas, aconselhando a considerar a situação como um "fim de semana de acampamento".
Maio: a vida privada do primeiro ministro começa a se desfazer em público. Sua mulher, Veronica, escreve uma carta ao jornal La Repubblica criticando o marido por ter escolhido só mulheres jovens e bonitas como ministras do seu governo. Ele responde exigindo que ela peça desculpas publicamente. Veronica pede o divórcio, citando inclusive a presença do marido na festinha de 18 anos de uma moça de Nápoles, Noemi Letizia. Berlusconi, 73 anos, jura que nunca aconteceu nada de "picante" entre ele e Noemi.
Junho: chega em Roma o líder líbio Muamar Kaddafi, com uma enorme tenda de beduino que paraliza o trânsito da capital. Os dois chefes, o italiano e o líbio, proclamam amizade eterna, ao som das vaias dos defensores dos direitos humanos, que na Líbia praticamente não existem.
Julho: os jornais começam a falar de Patrizia D'Addario, prostituta de Bari, que anuncia que passou uma noite bem "picante" com Berlusconi, e que gravou e filmou tudo o que aconteceu naquela noite. Revela que Berlusconi detesta camisinha e que tem algumas dificuldades na cama. O chefe do governo italiano retruca que não conhece Patrizia e que nunca pagou por sexo: "nunca entendi qual é a satisfação quando se perde o prazer da conquista".
Agosto: mês de férias na Europa, Berlusconi tenta limpar a barra com o eleitorado católico, mas o divórcio, as namoradinhas menores e as prostitutas que frequentam sua residência não ajudam.
Setembro: os boatos circulam livremente, falam de cocaína e a fila de garotas de programa entrevistadas sobre suas visitas à casa de Berlusconi parece interminável.
Outubro e novembro: meses difíceis para o primeiro ministro. Um tribunal estabelece que a Fininvest deve pagar a um grupo rival mais de um bilhão de dólares como indenização por um negócio fechado com rios de dinheiro corrupto nos anos Noventa. O supremo tribunal italiano declara inconstitucional a lei que garante a imunidade ao chefe do governo. Isto quer dizer que em 2010 Berlusconi vai ter que se defender em três processos, todos por corrupção.
Dezembro: um informante da máfia siciliana revela que Berlusconi era cupincha de vários chefões de Cosa Nostra. Em 5 de dezembro, milhões de italianos tomam parte no "No Berlusconi Day". O dia sem Berlusconi foi comemorado também em outras cidades do mundo. No dia 14, depois de um comício, um maluco joga na cara do primeiro ministro uma estatueta da catedral de Milão: nariz e dentes quebrados, o rosto coberto de sangue, Berlusconi passa quatro noites no hospital e ainda está se recuperando do ataque.
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